08 maio 2011

HERÓIS EM AÇÃO #2

Editora Abril

DC Comics

Formatinho (84 páginas)

Agosto/1984

Originalmente publicado em: 
Atari Force v2 #1 (1984); 
Flash v1 #307 (1982); 
Swamp Thing v1 #1 (1972); 
Green Lantern v2 #77 (1970).
Esquadrão Atari: "Primórdios"
Argumento: Gerry Conway
Arte: José Luis García-López
Arte-Final: Ricardo Villagran

Neste gibi, eis uma das pérolas dos anos 80. Lançado em meados da década, como uma estratégia de marketing da Atari, Inc., nossos heróis, em sua segunda publicação, já nas mãos talentosas de Conway e García-López, cativaram toda uma geração, principalmente, aqui no Brasil.

À primeira vista, o enredo pode soar um tanto quanto ingênuo: um grupo formado por personagens heterogêneos de diversos pontos da galáxia, para combater o mal. Mas não devemos esquecer que a ficção científica dessa década sofria forte influência do conceito de guerras intergaláticas, conflitos no espaço, interações com alienígenas. Gênero que Conway apreciava, tendo escrito tiras de Star Trek, em 1983.

Blackjack, um mercenário canastrão, e Dart, sua habilidosa companheira, enfrentam os soldados do general Ki para reaverem uma dívida, e acabam em apuros. O planeta Ovóide abriga uma raça de seres que se tornam sua melhor mercadoria. Na sede da A.T.A.R.I., o jovem Tormenta, capaz de se desmaterializar, testa suas capacidades ao melhor estilo "sala de perigo", sempre observado pela professora Ventura e pela empata Doutora Morfea (Ack!). O ladrão humanóide Paco Rato tenta "adquirir" mais uma peça para sua coleção de arte, sem que isto signifique que seja uma tarefa fácil.

A arte fica a cargo do competente García-López, um dos talentos da época. No início dos anos 90, sua arte ficou meio esquecida, apesar da qualidade. Aqui, no site Pop Balões, uma matéria bem bacana sobre o artista.

Senhor Destino: "O crepúsculo do quinto sol"
Argumento: Martin Pasko
Arte: Keith Giffen
Arte-Final: Larry Mahlstedt

História curta, porém interessante. Destino é um personagem com grande potencial para explorar o lado mitológico das hqs. E é exatamente isto que capta o interesse do leitor, quando bem trabalhado, é lógico.

Kent e Inza Nelson, sua mulher, estão aprisionados por Malferraz, um dos Mestres do Caos da cultura asteca. Seu plano consiste em destruir Destino e se tornar o único deus da quinta era humana. Para isto, ele conta com a ligação sentimental do herói para salvar sua amada.

Monstro do Pântano
Argumento: Len Wein
Arte: Bernie Wrightson

Grande edição! Temos a primeira aparição de Alex Holland (muito embora, o primeiro a se transformar na criatura tenha sido Alex Olsen, em House of Secrets v1 #92), além da origem moderna do monstro.

O intuito inicial era de contextualizar o personagem no gênero horror. Entretanto, o que mais se sobressaiu, nesta primeira fase, foi o apelo ecológico. O monstro que defende a natureza, apenas posteriormente, veio a ganhar a profundidade existencial com Alan Moore.

Alex Holland é um cientista que trabalha na cobiçada fórmula de biorreconstituição, amparado pela proteção do governo. Na tentativa de isolá-lo, para sua própria segurança, o cientista e sua mulher Linda se mudam para um pântano (!?). Lá, a pesquisa é interrompida por representantes de uma organização profundamente interessada em seu trabalho. O resultado é a transformação de Holland no monstro.

Berni Wrightson é genial desenhando histórias de horror, pelo uso hábil e constante de sombras, dando um ar mais escurecido às imagens. Além do traço variado na caracterização única dos personagens, algo incomum entre os outros artistas. O tratamento gráfico dispensado pela Abril não conseguia captar toda a qualidade de Wrightson, uma pena.

Len Wein deslizou em alguns momentos, como o afeto raso de Linda ao falar do "falecido" marido e na transformação simplória de Holland (para quem estava desorientado, o monstro se mostrou bem orientado); enfim, pouca coisa.

Lanterna Verde & Arqueiro Verde: "Uma jornada a Desolação"
Argumento: Denny O'Neil
Arte: Neal Adams
Arte-Final: Frank Giacoia

Segunda edição na nova denominação (Green Lantern & Green Arrow, ou, simplesmente, vol.2 do Lanterna). Também a segunda do run de 12 com Neal Adams no lápis.

Nossos heróis se deparam com mineiros prestes a enfrentar Soames Slapper, o sujo "dono" de Desolação. Em função do registro de todas as terras, ele trata o povoado como escravos e não mede esforços para eliminar quem atravessa seu caminho, como é o caso do jovem Johny Walden. Suas músicas inspiraram a revolta nos trabalhadores.

Três pontos de vistas dirigem a narrativa: o Guardião, ente superior dos Lanternas, procura entender a natureza humana, tentando se manter alheio aos eventos que o cercam. Lembra muito um burocrata; Arqueiro Verde, trabalhado como um moderno Robin Wood, estranhamente cauteloso; e o Lanterna, enfraquecido por suas dúvidas, lidando com a mortalidade nua e crua.

Denny O'Neil, ao final, deixa uma mensagem de proximidade entre as possibilidades humanas e super-humanas, apontando residir a solução, ironicamente, nas mãos mortais dos não-heróis.

- Swamp Thing v1 #1: pg 1, pg 16, pg 24.

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