27 julho 2011

SUPERAVENTURAS MARVEL #45

Editora Abril

Marvel Comics

Formatinho (84 páginas)

Março/1986

Originalmente publicado em:
X-Men #141 (1981);
Kull, the Conqueror v1 #10 (1973);
Marvel Team-Up v1 #126 (1983);
Marvel Fanfare v1 #19 (1985).






X-Men: "Dias de um futuro esquecido"
Argumento: John Byrne e Chris Claremont
Arte: John Byrne
Arte-Final: Terry Austin

Esta edição representa o fim de uma era clássica para os mutantes. Na verdade, o início do fim - trata-se do penúltimo número de John Byrne no título.

O mais desavisado leitor dos mutantes pode encarar a trama como manjada. Entretanto, não se iluda, pois estamos em 1981, a 3 anos da mais popular trama "voltar-ao-passado-para-mudar-o-futuro", The Terminator (1984). De fato, em momento algum James Cameron admitiu expressamente ter se inspirado nos quadrinhos mutantes para estabelecer o filme. Neste artigo do CBR, temos o assunto um pouco melhor explorado.

O que temos em mãos é um momento icônico; uma junção entre criatividade e qualidade ímpar. A começar pela capa (fico imaginando quem teve a oportunidade de se deparar com a edição na banca...), impactante, revelando o trágico destino dos X-Men, posso dizer que os autores nos brindam com uma saga de sobrevivência. No apocalíptico futuro ano 2018, mutantes são caçados e controlados por Sentinelas modificados. As liberdades são restritas, pois os robôs possuem o controle da América. Suas diretrizes são extremas, fruto do ato de controle mutante, institucionalizado pela subida ao poder de um presidente extremista. O estopim desta reação fora a morte do senador Robert Kelly, pelas mãos da Irmandade de Mutantes. Neste cenário, os X-Men remanescentes enviam Kitty Pride ao passado para que consiga evitar esta sequência de eventos, que no futuro redundará em holocausto nuclear. Enquanto isso, no futuro, os mutantes tentam escapar da ação de extermínio dos poderosos Sentinelas.

Primeiras aparições de Pyro, Sina, Avalanche e Rachel Summers.

Esta trama fez tanto sucesso que não é raro que outros autores produzam suas histórias nos títulos mutantes bebendo nesta fonte. Agora mesmo, leio um título atual, X-Men Extra #115 (Panini), com rumos bem semelhantes.

Sobre as desavenças criativas que culminaram na saída de John Byrne do título mutante, o Omelete publicou uma matéria muito interessante. Vale a pena ler!

Kull, o Conquistador: "As espadas da Rainha Branca"
Argumento: Gerry Conway
Arte: Marie Severin
Arte-Final: Frank Chiaramonte

Não sou um simpatizante da outra criação de Robert E. Howard. Vejo a inclusão de histórias do atlante no mix que a Abril fazia pela influência que Conan exercia à época.

Prestes a guerrear os zarfhaanos, o soberano de Valúsia, Kull, é traído e drogado, como parte do plano de vingança da Rainha Branca para derrotá-lo.

O Incrível Hulk: "O dever cumprido"
Argumento: Jim Shooter
Arte: Tomoyuki Takenaka

História curta, típica e despretensiosa. Jim Shooter não inventa, construindo uma situação comum aos fãs de ambos os personagens: Hulk e Homem-Aranha. Talvez, por ser a edição a reimpressão completa de uma história publicada em um jornal.

De fato, temos um Hulk, em busca de refúgio, enfurecido pelo agito de uma cidade grande como Nova Iorque. O herói aracnídeo é o único capaz de deter uma destruição maior. Ele dirige a situação de forma que a fúria do gigante esmeralda diminua e assim Banner possa emergir da criatura. Um assalto provoca o retorno do monstro, mas, dessa vez, o gigante tem a oportunidade de revelar um lado incomum.

Shooter faz brotar da ensandecida fúria de uma força da natureza a mais sublime humanidade. Hulk convive com os extremos da possibilidade humana: o ódio e o amor, desordem e paz. Em meio ao frenesi, sua limitada racionalidade o faz entender melhor o homem do que ele póprio.

Manto e Adaga: "Dançando a noite inteira"
Argumento: Bill Mantlo
Arte: Rick Leonardi
Arte-Final: Terry Austin

Eis aqui a história sobre o dia e a noite, a luz e as trevas. Não me empolga e nem nunca me empolgou este título, porém aprecio a arte de Rick Leonardi. Trazia uma qualidade não muito comum aos anos 80. Nesta edição, sua arte era complementada por Terry Austin, um dos maiores arte-finalistas de todos os tempos.

Nossos heróis encontram-se separados, tentando a vida normal. Enquanto Adaga dança, um vingativo traficante local percebe a oportunidade e a sequestra. Manto faz o que sabe de melhor - saciar sua fome, mas a necessidade impele-o a procurar sua companheira.

Manto e Adaga: "A luz da adaga"
Argumento: Bill Mantlo
Arte: Kerry Gammill
Arte-Final: Freeman

Adaga está cativa nas mãos de Sandino, um poderoso chefe do crime. No entanto sua luz atrairá a atenção de Manto.

A relação entre os dois heróis é bem mais de necessidade do que de parceria. Esta é a chave para a construção de boas histórias da dupla. Ao mesmo tempo que perderam a si mesmos, os dois ganharam a necessária presença um do outro. A arte de Leonardi cai muito bem à estética proposta para os personagens. Leonardi consegue ser versátil, a ponto de agregar lirismo gráfico à trama. É parte do apelo não planejado dos personagens.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails